A Arquidiocese de Florianópolis lançou quarta-feira, dia 14, a Campanha da Fraternidade de 2024 (CF). Inspirada na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti, a Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema: “Fraternidade e Amizade Social” e o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23, 8).
Na abertura do evento Dom Wilson Tadeu Jonck, arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, destacou que: “somos todos migrantes, os seres humanos sempre mudaram de lugar e, talvez, hoje até mais de que em outros tempos. A migração é uma grande realidade. Aprender a receber os migrantes como amigos é um chamado que a campanha da fraternidade não quer esquecer”.
Em seguida, o coordenador da Pastoral do Migrante, Pe. Gabriel Battistella cs, acrescentou que: “a amizade social é o amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço. Quando trazemos a abordagem geográfica para a temática da campanha da fraternidade é fundamental falarmos sobre a migração. E, em tempos de extremismos, intolerância e xenofobia é crucial falarmos sobre amizade social.“
Padre Gabriel enfatizou ainda sobre o conceito de altero-fobia, como sendo um diagnóstico dos dias atuais. Segundo ele: “a sociedade está vivendo um momento de altero-fobia, ou seja, medo do outro, medo do diferente, medo do que não é familiar. E, assim sendo, algumas vezes, tudo isso resulta em violência, exclusão, ódio, xenofobia e preconceito.
Nessa esfera, muitas pessoas encontram-se a margem da sociedade, pois nem sempre tem poder de fala. A cultura do descarte, faz com que muitos fiquem a margem, são aqueles que são taxados como improdutivos, outros como ineficazes para a sociedade, os migrantes estão dentro da categoria dos excluídos. Porém, vale lembrar que, Santa Catarina é um estado colonizado por migrantes, nossos alimentos tradicionais, cultura e língua derivam da união de diversas nacionalidades de migrantes que aqui escolheram residir.”
“A migração é algo estrutural, seres humanos vivem em movimento e a globalização veio para acentuar ainda mais essa movimentação; isso é algo positivo pois a migração está para construir”, relata Pe. Gabriel Battistella.
Este ano a campanha da fraternidade reforça que devemos dar saltos para além do gesto concreto, que tenhamos também um gesto existencial, que possamos construir pontes. Faz-se necessário colocarmo-nos no lugar do outro, abrirmo-nos para a construção da amizade social, já que as ações que norteiam nossa pastoral é: acolher, proteger, promover e integrar.
Diante disso incentivamos e apoiamos para que no final de semana de Ramos, dias 23 e 24 de março, todos os fiéis concretizem seu gesto de caridade através da oferta na coleta da santa missa, pois esta é revertida em projetos que mantém muitas causas sociais que norteiam esses grupos excluídos.
Há três anos a Pastoral do Migrante e a Ação Social Arquidiocesana mantém projetos rentabilizados pela coleta da solidariedade, que ajudam a manter nossa casa de acolhida e, assim, conseguimos estruturar e colocar em prática as ações que nos dirigem, amenizando a dor daqueles que migram sem a certeza do destino final, mas com a esperança de conseguir o mínimo: uma vida humanamente passível de felicidade e bem estar familiar.
Pode-se também contribuir diretamente com a causa através do Pix: 09.656.530/0004-00
Associação Scalabrini a Serviço dos Migrantes
Fotos: Luis Ricardo Pires e Fabíola Goulart/ ArquiFloripa